Marcello Chamusca
Foto: Valor Econômico - Globo
Periodicamente vamos usar esse espaço para refletirmos sobre temas contemporâneos sob a óptica e o enfoque da Comunicação, das Relações Públicas, da Publicidade e Propaganda, do Jornalismo, ou ainda de outras áreas afins à Comunicação. Espero que possamos fazer juntos neste espaço grandes reflexões. Bem vindo à coluna “Diálogos Contemporâneos”.
Para dar início a esse espaço, vou trazer o fenômeno da debilidade mental coletiva que acometeu uma parte significativa dos apoiadores do presidente Jair Messias Bolsonaro, que passou a responder todo tipo de notícia falsa esdrúxula com grandes comemorações e manifestações nos bloqueios das estradas e na frente dos quartéis, em várias cidades do Brasil, enquanto pediam intervenção militar.
Também se registrou outros importantes fenômenos de perda de consciência cognitiva em outros apoiadores, que passaram a andar pendurados nas boleias dos caminhões e a marchar gritando palavras de amor ao Brasil, enquanto babam e choram inconformados com a derrota do seu “mito”.
Foi uma série de acontecimentos bizarros, surreais, inacreditáveis, muito mais disruptivos que qualquer episódio de Black Mirror ou Além da Imaginação, envolvendo seguidores do candidato derrotado à presidência do Brasil, que fez a sua parte para essa insanidade coletiva, quando não reconheceu o resultado das eleições, não fez um pronunciamento de derrota e muito menos a tradicional ligação ao candidato vencedor reconhecendo a derrota e desejando boa gestão. O caráter nazifacista do atual mandatário (graças à Deus, somente até o dia 31 de dezembro), não permitiu que ele cumprisse a liturgia democrática, o que, por sua vez, permitiu que os seus seguidores alienados mergulhasse o país no caos absoluto, provocado por pura falta de razão e bom senso dos envolvidos.
Ainda na noite do dia 30, tão logo saiu o resultado das eleições presidenciais, a falta de um pronunciamento de Bolsonaro e o recado à imprensa de que ele só ia se pronunciar depois de saber das forças armadas se o resultado das eleições eram confiáveis ou não, foi o necessário para os bolsonaristas raiz, alucinados e sem noção, já começarem a ocupar as rodovias nacionais em protesto por uma suposta fraude no processo eleitoral. Daí em diante é só bizarrices.
No dia 31, os grupos que estavam bloqueando as avenidas difundiram que havia saído o pedido de prisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, mais conhecido como Xandão (nas rodas de bate-papo e na internet). O ministro tem sido um dos algozes do mandatário fascista e dos seus seguidores não menos fascistas. As comemorações a respeito da prisão de Xandão foram amplamente percebidas pelo Brasil afora, pelos desprovidos de massa cinzenta e do mínimo de inteligência racional. É uma cena triste, mas que, de tão bizarra, se torna engraçada. Eles choram, se ajoelham, gritam agradecendo a Deus… tudo por um fato que só ocorreu nos seus grupos de Whatsapp e Telegram.
Com isso, abriu-se as portas do manicômio chamado “O Brasil de Bolsonaro”. Anunciou-se que foi descoberta fraude nas eleições e que o processo eleitoral estava comprometido. Mais comemorações por todo o país. Mais choro, joelhos no chão, agradecimentos à Deus e todas aquelas coisas que só mesmo alguém totalmente desprovido de pelo menos dois neurônios podia acreditar.
Depois de “prenderem Xandão” e “impugnarem as eleições”, eles começaram a surtar, colocando crianças como escudo humano nos bloqueios das estradas, um deles (bolsonarista), na tentativa de forçar um motorista de caminhão a aderir à paralisação, se agarrou no parabrisa do caminhão e assim andou quilômetros pelas estradas, pendurado na boleia do caminhão, se colocando em risco de vida e arriscando também a sorte do caminhoneiro, um pai de família, só porque não se sujeitou à chantagem do posteriormente identificado empresário do agronegócio, que resolveu dar uma de homem aranha das estradas brasileiras.
Achou pouco? Então vai mais algumas: em Santa Catarina, um grupo de manifestantes cantou o hino nacional fazendo a saudação nazista. É isso mesmo que você está lendo. Cantaram o hino nacional com o braço em riste e apontado para a frente, afrontando a Constituição, que entende essas manifestações como crime. Um outro grupo, em São Paulo, colocou um pneu na estrada e começou a saudar o pneu, num gesto simbólico de reverência ao pneu, pois ele iria salvar o Brasil do comunismo e do PT.
Em meio a esse caos todo, eis que surge um foco de luz no fim do túnel. Como estávamos nas rodadas finais do campeonato Brasileiro de Futebol, as torcidas organizadas, impedidas de ir ver os seus clubes jogarem em outros estados, iniciaram uma operação de desbloqueio das estradas, enxotando os golpistas que estavam bloqueando as estradas nos protestos anti-democráticos. Primeiro a torcida do Atlético Mineiro, depois a do Corinthians desbloquearam várias estradas, na sequência a do Palmeiras, e assim pelo Brasil afora, se começou a desbloquear as estradas e a se retomar a normalidade, pois as polícias, Militar e Rodoviária Federal, não tiveram competência e nem desejo de fazer cumprir a Lei. Em alguns casos, os policiais foram pegos batendo continência para golpistas ao invés de cumprir a Lei e dispensá-los ou prendê-los, como era a ordem do TSE, vinda de quem? de Xandão, é claro.
O fato é que ainda há milhares de insanos nas frentes dos quartéis em todo o Brasil pedindo intervenção militar. Esse é o fruto do ovo da serpente que os antipetistas patológicos chocaram lá em 2018, quando deixaram de votar num advogado, economista, professor doutor da USP, para eleger um energúmeno neofascista, psicopata, malvado e cruel como Bolsonaro para o poder central do nosso país.
Pelo menos, uma coisa a maioria dos brasileiros que preservaram o seu poder cognitivo e a sua sanidade mental concordam: tá na hora de Jair, já ir embora. Pegar as suas malas, dá no pé e ir cair fora!!!